quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Palmas ao fracasso...Reflita!

Andréa nunca soube dizer qual filho amava mais.

Luciano, agora com quinze anos, um excelente aluno, ótimo filho e magnífico atleta.

Sem prejuízo de seu desempenho nas disciplinas curriculares, sempre foi “vidrado” em esportes de maneira geral e no vôlei, de forma específica. Por uma partida, paga qualquer preço e, seja qual for a renúncia que a mesma imponha,sabe cumpri-la com extrema dignidade e sem jamais reclamar.

Alexandre, com doze anos, é deficiente físico. Arguto, inteligente, extremamentecarinhoso e com empatia que chega às raias da paixão, segue sua vida limitadapela cadeira de rodas. Da cintura para cima é perfeito e, mesmo com suas deficiências motoras, consegue ser um verdadeiro ídolo de seus colegas, sempre chamado para qualquer festa e envolvido em todas as participações e bagunças promovidas por sua turma.

Andréa está vivendo com os filhos uma fase de euforia. Luciano, após muita luta,foi convocado para representar seu país nos jogos internacionais de vôlei que serealizará, no mês de julho, em Helsinki. Alexandre, após exaustivos exercíciosnas barras paralelas, conseguiu, afinal, caminhar dois metros sem o uso dacadeira. É, ainda, muito pouco, mas com persistência e muitas horas defisioterapia conseguirá, quem sabe um dia, manter-se em pé por alguns minutos.

Qual dos dois sucessos empolga mais Andréa?

Impossível dizer. Não existe como comparar a seleção brasileira de um e os dois metros vencidos pelo outro. O que a torna eufórica com o desempenho de seus dois heróis são, essencialmente, seus progressos e não seus resultados. Luciano é Luciano e Alexandre é Alexandre e, jamais, o limite de um servirá de parâmetro para o limite do outro.


Texto extraído do livro de: Celso Antunes - Marinheiros e Professores

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